Às vésperas do feriado em comemoração ao Dia da Consciência Negra, na próxima quarta (20), - que agora é celebrado em todo país, - é triste constatar que as pessoas pretas ainda tem muito a protestar no Brasil,

Às vésperas do feriado em comemoração ao Dia da Consciência Negra, na próxima quarta (20), - que agora é celebrado em todo país, - é triste constatar que as  pessoas pretas ainda tem muito a protestar no Brasil, onde elas ainda são julgadas e perseguidas por causa do tom da sua pele.


No último dia 6, no supermercado Nagumo, na unidade do Jardim Dona Benta, em Suzano, um homem preto denunciou ser perseguido e humilhado dentro do estabelecimento enquanto fazia suas compras.

No B.O. registrado no 2º. DP de Suzano, o caminhoneiro Diógenes da Silva relatou que após pegar um frango e se dirigir ao setor de limpeza, notou estar sendo seguido por um segurança da loja: ‘“Eu estava andando no supermercado quando percebi que esse cara [segurança] me seguindo. Ele chegou a apontar com o olho e passar o rádio para os outros seguranças. Até que ele me parou e questionou: 'tá com rabo preso, negão? Eu respondi que não tinha nada para esconder’, disse a vítima ao portal G1.


Em seguida, ele foi agredido com um soco nas costelas, ficou com medo e correu para a frente dos caixas, onde a circulação de pessoas é maior, quando foi cercado pelos seguranças, que ordenaram que ele tirasse a blusa e a camisa. ‘Eu tirei a roupa dentro do mercado, na frente de muitas pessoas. Foi muito humilhante’, contou.


Nada foi encontrado com o homem, os seguranças o liberaram e pediram ‘desculpas’. 

Diógenes então, pagou pelo que comprou e chamou a Polícia Militar, que não foi ao local registrar a ocorrência por falta de viatura. Ainda segundo o relato da vítima, os seguranças disseram que a viatura nunca iria chegar, e a única pessoa a lhe prestar solidariedade foi uma consumidora, que impactada pelo ocorrido, lhe ofereceu água.


O caso foi registrado no 2º Distrito Policial de Suzano como constrangimento ilegal. Por tudo o que passou no estabelecimento, Diógenes afirma que vai em busca de justiça: 

‘Isso afetou a minha honra e dignidade. Isso também motiva outras pessoas... E faz eles terem um pouco mais de consciência, mais educação’, finaliza.


Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) tipificou o ocorrido como Constrangimento Ilegal, de acordo com o artigo 146 da Lei 12.830/13. Mas a investigação prossegue e o caminhoneiro vai lutar para que o acontecido seja tipificado como Injúria Racial, cujas consequências são mais severas. O supermercado Nagumo afirmou em note à imprensa que os profissionais que trabalham nos supermercados da rede ‘são devidamente treinados para que não ocorram quaisquer ocorrências como a citada’.

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